11 maio 2010

cesariny says it better


«E de novo no quarto, falará de amor. "É a única coisa que há para acreditar. O único contacto que temos com o sagrado. As igrejas apanharam o sagrado e fizeram dele uma coisa muito triste, quando não cruel. O amor é o que nos resta do sagrado."

O amor, tal como a Cesariny aconteceu, homossexual, é "um desmesurado desejo de amizade", em que "o outro é um espelho sem o qual não nos vemos, não existimos". Talvez se possa morrer de amor, como "também se pode morrer de falta de amor". A ele, que "estava cheio de literatura", fazia-lhe falta "alguém com a pureza do mar - a pureza e a tempestade".»

in suplemento Y, jornal Público, por Alexandra Lucas Coelho, 30/04/2004